O dia dos pais sempre foi uma data meio curiosa. Eu e os meus irmãos tentávamos achar um presente que seria "o presente", aquele que se destacaria entre tantos outros, aquele que faria meu pai ter orgulho da gente. É porque meu pai ganhava presente de todos aqueles que o consideravam como pai, seja do fundo do coração, seja para fazer média. Mas papai sabia provocar os filhos. Hoje sei que ele só estava brincando, mas na adolescência a gente nem sempre tem esse discernimento e isso já me causou muita dor. Eu sempre fui um pouco diferente e o último presente que dei no dia dos pais foi uma caixinha de mini doces da Doces de Portugal. Tentei sair do materialismo para tocar a alma. Nunca mais pude efetivamente presentear meu pai. Mas nós sabemos como ele se faz presente em mim. E isso é melhor do que qualquer embrulho com laço de fita. Para o dia não passar em branco, Steak à Diana, que ele adorava, embora a receita do Joy of Cooking tenha me parecido um pouco diferente da que ele fazia.
E abacate batido com leite condensado, em homenagem ao meu sogro, que não cheguei a conhecer.
Para acompanhar, presente de outro pai que admiramos: Tio Flávio.
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